
Em 2029, ONS terá controle sobre menos da metade da geração elétrica brasileira
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Fonte: Valor Econômico
“Em 2029, apenas 45% da capacidade instalada estará sob nosso controle”, alertou Marcelo Prais, assessor da diretoria de planejamento do ONS
A crescente expansão das fontes renováveis intermitentes e da micro e minigeração distribuída (MMGD) está mudando de forma estrutural o sistema elétrico brasileiro. De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), em apenas quatro anos, menos da metade da capacidade instalada do país estará sob sua gestão direta, representando uma mudança profunda no modelo tradicional de operação centralizada do Sistema Interligado Nacional (SIN).
“Em 2029, apenas 45% da capacidade instalada estará sob nosso controle”, alertou Marcelo Prais, assessor da diretoria de planejamento do ONS, durante o Fórum Latino-Americano de Smart Grid, em São Paulo.
Geração distribuída é, na maioria dos casos, composta por pequenos sistemas solares instalados em telhados de casas, comércios ou em pequenos terrenos, gerando energia próxima do local de consumo.
O avanço desta modalidade, impulsionado por políticas de subsídios e queda no preço das tecnologias solares, tem levado milhões de consumidores a instalar sistemas próprios de geração. Paralelamente, o aumento da geração eólica e solar em larga escala, ambas fontes intermitentes, tem reduzido a previsibilidade e o controle do ONS sobre o fornecimento em tempo real.
No meio do dia, quando o sol está no pico, há energia de sobra no sistema elétrico brasileiro. Horas depois, no fim da tarde, o cenário muda e a geração solar desaparece com o pôr do sol, mas o consumo de energia aumenta, o que gera uma dificuldade de potência para atendimento da ponta. Esse paradoxo que o Brasil vive entre a sobra de energia e o risco de blecaute exige esforços extras do ONS na gestão do sistema.
Entre os instrumentos disponíveis estão as baterias de armazenamento de energia, que podem suavizar a intermitência, e os programas de resposta da demanda, que permitem reduzir o consumo em momentos críticos. Ainda assim, Prais alerta que esses mecanismos exigem coordenação regulatória e investimentos robustos.
Se por um lado a geração distribuída alivia o sistema de transmissão, por outro impõe custos indiretos aos demais consumidores. Segundo dados da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), os subsídios concedidos ao segmento ultrapassaram R$ 12,5 bilhões em 2024, valor que acaba sendo diluído nas tarifas pagas pelos consumidores que permanecem dependentes das distribuidoras.
“Precisamos de uma rede mais resiliente, com mais automação e inteligência, mas estamos incentivando quem não precisa”, afirmou o presidente da entidade, Marcos Madureira, se referindo aos subsídios dados ao setor de geração distribuída, que em 2024, superou R$ 12 bilhões.
O dirigente fala sobre a necessidade da discussão sobre a revisão dos subsídios, o papel do ONS na coordenação de recursos fora do SIN e o incentivo a tecnologias de armazenamento que devem dominar a agenda do setor nos próximos anos.
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